No final dos anos 20, as terras do atual município faziam parte da grande fazenda Floresta Ribeirão Vermelho de propriedade de uma Empresa Colonizadora. Em 1928 a Empresa efetuou a subdivisão de suas terras em glebas menores na expectativa de atrair compradores para o plantio de café. O empreendimento obteve sucesso e atraiu população reunindo condições para criação de um povoado.
Os colonos abriam caminho nas matas exuberantes, começaram a se fixar no local.
Inicialmente derrubavam a mata, abrindo uma pequena clareira onde erguiam a casa. Esta era um verdadeiro rancho, construído de palmito, coberto de folhas de palmeira e com o piso de chão batido.
Após a instalação da família, o colono derrubava uma pequena área de mato para a plantação de sua primeira roça em forma de coivara. As toras ficavam no chão até serem consumidas pelo fogo ou sofrerem a ação do tempo, apodrecendo.
O abastecimento dos gêneros de primeira necessidade, não produzido nas propriedades, era feito através de Sertanópolis. As viagens eram empreendidas em carros de boi e de lá traziam fósforo, roupas, açúcar, sal e querosene.
As primeiras roças plantadas eram de café. Enquanto não se colhia a produção dos cafezais, as famílias plantavam fumo, que anualmente produziam colheitas que eram beneficiadas nas próprias propriedades com o auxilio dos vizinhos. Este fumo era comercializado na própria região.
Paralelamente à agricultura, os colonos iniciaram a pecuária, criando inicialmente os suínos que, além da carne, forneciam a banha para a confecção dos alimentos e para abastecer as lamparinas. Os bovinos, muares, aves, etc, vieram a seguir, complementando a economia familiar e suprindo as mesas dos mesmos.
Em 1938 quando ocorreu o primeiro loteamento urbano de Bela Vista do Paraíso, foi reservada uma área para o sepultamento dos corpos. Este primeiro cemitério ficava localizado na Av. Dr. José de Freitas Saldanha (Av. Independência, onde se localiza atualmente a Belatintas).
No então Patrimônio de Bela Vista, em 1938, surgia também a primeira Capela João Galdioli, onde hoje se localiza a rodoviária. O nome foi uma homenagem ao pioneiro que havia falecido três anos antes. Sua esposa doou o terreno e a imagem de São João Batista que, entronizada na capela, passou a ser o padroeiro do lugarejo, numa alusão ao fato de que este santo teria vindo preparar a vinda do Salvador e também estaria preparando a senda dos missionários e dos desbravadores da região.
As primeiras missas eram celebradas pelo Pe. Chico e pelo Pe. Jonas, ambos de Sertanópolis, que se hospedavam na casa da doadora, quando de suas visitas ao nascente lugarejo.
O Sr. Domingos Bruno foi o primeiro comerciante a instalar em Bela Vista, no ano de 1939. Para isso construiu um rancho de palmito de pau a pique onde vendia suas mercadorias de secos e molhados. Entretanto não foi feliz, pois numa viagem que fazia com seu pequeno caminhão para Londrina, aonde vinha fazer suas compras para surtir seu boteco, acidentou-se vindo a falecer.
Santa Margarida foi fundada pelo Sr. Antonio Luppi no ano de 1939, vindo da cidade de Mineiros do Tietê, Estado de São Paulo. O Sr. Antonio Rampazzo foi o primeiro comerciante de tecidos e secos e molhados a se instalar em Santa Margarida, para fornecer aos habitantes do povoado, tendo para isso construído sua casa em 1939.
O primeiro cinema de propriedade do Sr. José de Castro foi montado quando Bela Vista ainda era patrimônio. Instalado na Avenida Independência num barracão de madeira com bancos de tábuas e cadeiras de palhinha, isso no ano de 1942.
A primeira Casa Escolar de Bela Vista do Paraíso funcionava à Rua Amélia Fernandes, sua primeira diretora a Sra. Maria do Carmo Freitas Pinheiro foi nomeada, em maio de 1942.
Em 1942 o Sr. Antonio Bedendo instalou a primeira pensão no Distrito, em sua própria casa. Os primeiros ônibus a transitarem de Marília até Londrina passando por Santa Margarida foram os ônibus da Empresa Marília Iepê Ltda.
A primeira Casa Escolar de Santa Margarida funcionava num barracão de madeira construído pelo Sr. Antonio Luppi, em agosto de 1942. Os alunos sentavam-se em bancos improvisados por cavaletes, nos quais se colocavam tábuas, sendo as mesas feitas da mesma madeira onde os alunos colocavam seus cadernos para escrever. A primeira professora foi dona Floripes Rizzi Pinheiro, nomeada pelo prefeito de Sertanópolis , Dr. Vespertino Ferreira Pimpão.
A escola funcionava com 53 alunos. Com o passar dos anos este número aumentou muito sendo necessário que mais professoras fossem nomeadas para atender as crianças que chegavam em busca do saber.
A primeira maquina de café que se instalou em Santa Margarida, no ano de 1942, movida a gasogêneo, num terreno doado pelo Sr. José Ferro, foi de propriedade dos Srs. Irineu Pinheiro e Elpidio de Abreu. Esse aparelho de gasogênio foi feito pelo Sr. Irineu Pinheiro.
Um ano depois foi montada em conjunto uma máquina de beneficiar arroz.
O primeiro sitiante a negociar o seu café com os proprietários da máquina foi o Sr. José Morgado.
A primeira festa religiosa realizada em Santa Margarida foi em 15 de agosto de 1943. Atendia a paróquia naquela época o padre Chico, que residia em Sertanópolis.
Aos festejos foram os seguintes senhores:
Ricardo Cavalheri, Antonio Rampazzo, José Ferro, João Perozzó, Walter Goianas, Porfírio Cavalcante, Irineu Pinheiro, Álvaro Ferreira Luz, Júlio Ferro, Antonio Bebendo, Francisco Cepola, Atílio Rampazzo.
No decorrer da festa houve um concurso de beleza e foi eleita 1ª Miss Santa Margarida a senhorita Terezinha Caetano.
Para abrilhantar a festa os festeiros contrataram a Banca Musical da cidade de Mineiros, Estado de São Paulo.
Em 7 de setembro de 1945 foi inaugurada em Santa Margarida a primeira instalação de energia elétrica com um gerador de 4 Kw movida a vapor, montada na serraria do Sr. Antonio Luppi, sendo o mesmo o proprietário da empresa. Toda a montagem, inclusive a rede elétrica das ruas foi executada pelo Sr. Irineu Pinheiro.
Em 1946 Bela Vista era ainda patrimônio pertencente ao município de Sertanópolis, que pouca atenção lhe dava. Vias de comunicação precárias, pouco conforto e muitas dificuldades eram uma constante na época.
Os moradores da época, inconformados com o descaso da prefeitura, resolveram instalar uma rede de iluminação pública. O Dr. Vespertino Pimpão, político influente, deu ordens para paralisar a obra. Com isto não concordou o Dr. Rubens Valente, médico natural de Belém (PA), que, de forma determinada colocou-se a frente de outros destemidos homens e forçaram a continuidade da obra.
As divergências políticas eram constantes. Neste clima, no dia 14 de outubro de 1946, chega à localidade uma caravana política pleiteando votos para as eleições que se aproximavam.
Nesta ocasião o Dr. Edgar Bezerra Valente, irmão do Dr. Rubens, pessoa muito fluente e culta, servindo-se da palavra denunciou o abandono em que se achava a localidade e o descaso do Governo às necessidades da população.
Em março do ano seguinte o Governador Moisés Lupion visitou a localidade e recebeu a solicitação de sua emancipação através do Dr. Rubens. Em resposta o Dr. Alípio Leite, Procurador Geral do Estado, argumentou que primeiramente havia necessidade do patrimônio ser considerado Distrito, e somente depois poderia ser elevado a Município, mas afirmou que iria estudar o caso com simpatia.
Em maio de 1947 reuniu-se em Curitiba a Assembléia Legislativa do Estado para discussão sobre a nova Divisão Política estadual. Uma caravana bela-vistense, chefiada pelo Dr. Rubens, com a ajuda do jornalista Dicesar Plaisant, conseguiu uma audiência com o Deputado Dr. Bacelar, solicitando que apresentasse na Câmara um projeto de criação do Município. O Sr. Cândido Alves de Melo, dentista e chefe político de Sertanópolis, que também era Delegado de Polícia, interferiu de forma contrária tentando obstruir o projeto.
Entretanto, o trabalho da comissão passou a contar com a ajuda do Sr. Brasílio de Araújo que conseguiu o apoio da bancada do P.T.B. para votar a favor. Do mesmo modo conseguiu também o apoio dos deputados Anísio Luz, José Bacelar, Rui Cunha e João Clímaco da Silva.
O Dr. Gervásio Morales, então prefeito de Sertanópolis, tomando conhecimento das gestões, como represália mandou para Bela Vista um novo Agente Municipal, o Sr. Manoel da Costa, destituindo do posto do Sr. João Marcondes.
Este fato revoltou a população que, apesar da ação do Dr. Edgar recomendando calma a todos através do alto-falante do Sr. Renê, iniciou um movimento de repulsa à medida do Dr. Gervásio.
O Sr. Cândido Alves de Melo (Candinho) enviou um destacamento de soldados para Bela Vista recomendando que desarmassem todos os cidadãos.
O alvoroço culminou com um soldado apontando um fuzil para o peito do Dr. Rubens Valente, fato que só não se transformou em tragédia pela ação do Dr. Theobaldo Nevolar, Juiz de Direito, homem dinâmico e sereno, que interferiu destituindo o delegado e nomeando o Sr. Henrique José da Silva.
No dia 10 de outubro de 1947, através da Lei Estadual 02, a cidade foi elevada a categoria de Município, desmembrando-se de Sertanópolis. A notícia somente chegou ao conhecimento da população seis dias depois em virtude do mau tempo reinante e da precariedade das estradas.
No dia 06 de novembro ocorreu a instalação oficial e no dia 15 do mesmo mês foi nomeado o Sr. Humberto Pavanelli, seu primeiro prefeito.
Num terreno doado pelo Sr. Ricardo Cavalheri, foi construído o campo de aviação no ano de 1949. Quem batalhou por essa construção foi o Sr. Antonio Luppi, auxiliado pelos seus amigos que viam nessa obra um grande progresso para Santa Margarida.
No ano seguinte sendo preciso aumentar a extensão do campo o Sr. José Ferro cedeu de seu terreno mais 200 metros, ficando assim com 1.400 metros de comprimento. Os primeiros pilotos foram os Srs. Laudemiro de Oliveira, Sebastião Rocha e Armando Pellarigo.
Em 4 de abril de 1951 chegou a Santa Margarida o Circo do Ximbica, tendo participado do espetáculo a dupla sertaneja Tonico e Tinoco vindos de São Paulo especialmente para atender ao convite do Sr. Irineu Pinheiro.
Em 02 de fevereiro de 1952 inaugura o Banco Comercial do Paraná S/A; em 03 de fevereiro de 1952 o Banco Noroeste do Estado de São Paulo S/A; em 02 de maio de 1952 o Banco de Curitiba S/A, que logo depois mudou o seu nome para Banco da Província do Rio Grande do Sul S/A. Em 04 de maio de 1952 o Banco do Estado do Paraná S/A; e o Banco da Lavoura de Minas gerais S/A em 17 de maio de 1952.
Em 6 de dezembro de 1952, foi inaugurada em Santa Margarida a primeira agência do Banco Paraná, Santa Catarina. Estavam presentes na inauguração os Sr. Irineu Pinheiro, o diretor do Banco, Horácio Sabino Coimbra, Antonio Luppi, Luiz Antonio da Silva e outros.
A bênção foi dada pelo padre Pio de Bela Vista do Paraíso.
Primeiro Posto de Puericultura de Bela Vista do Paraíso
Com a presença da representante do Departamento Estadual da Criança, a Delegada Especial Sra. Solange Gomes Hoffmann, foi lançada a pedra fundamental do primeiro Posto de Puericultura de Bela Vista do Paraíso, a ser construído pela Associação de Proteção à Maternidade e à infância daquela localidade, com auxílio do Governo Estadual e da Prefeitura Municipal.
Em terreno doado pela Sra. Thamar Gomes de Araújo, com área de 1.036 metros quadrados, será construído o posto, tipo B, que vai integrar o grupo de cem que o governo do Paraná está auxiliando a construir, em comemoração ao centenário de emancipação política do Estado.
No ato de lançamento da pedra fundamental, presentes altas autoridades Estaduais e Municipais, representantes das colônias domiciliadas no município e o povo, houve missa campal e bênção da pedra pelo vigário da paróquia, 16 de outubro de 1953.
Em 10 de julho de 1955, foi inaugurada em Santa Margarida pelo Sr. Governador do Estado, Adolfo de Oliveira Franco o Grupo Escolar "Presidente Vargas" sendo sua diretora dona Floripes Rizzi Pinheiro. O Grupo Escolar levou o nome de Presidente Vargas pelo projeto nº 10 de 06/09/1954, projeto este de autoria do vereador Sr. Irineu Pinheiro. No dia 10 de julho de 1955, grandes festejos marcaram a instalação do Distrito e Sub-Prefeitura de Santa Margarida sendo nomeado para o cargo de Subprefeito o Sr. Antonio Luppi.
Em 02 de fevereiro de 1957, inaugura o Banco Nacional da Lavoura e Comércio (Nosso Banco), no município de Bela Vista do Paraíso e em 24 de maio de 1958 inaugurou o Banco Brasileiro de Desconto S/A.
Foi na cidade de Bela Vista que no dia 26 de janeiro de 1963 realizou-se a inauguração do Teatro Municipal do Estado.
O prefeito Dr. José Marcelino foi o responsável pela obra, tendo a presença o Presidente da Câmara Dr. Edgar Bezerra Valente, Juiz de Direito da Comarca, Zanoni de Quadros Gonçalves e outras autoridades.
Em 03 de junho de 1967, finalmente inaugura o Banco do Brasil S/A no Município.
Área total do município: 242,690 Km2
População: 15.079
Localização Geográfica: Terceiro Planalto Paranaense Norte novo de Londrina
Altitude: 590 m
Latitude: 22° 59' 48'' S
Longitude:51° 11' 26'' W
Clima: Mesotérmico Úmido Temperatura: Média 30º C
Topografia: Levemente ondulado até 3% de declividade de 3% a 10% de declividade 67%, acima de 10% de declividade 18%.
Rios que cortam o município: Ribeirão Vermelho, Córrego Guará, Córrego Pontaporã, Córrego Indiana, Córrego Cardoso, Água das Vergontas, Ribeirão Bonito e Água Mombucagado.
Entroncamento Rodoviário: Ligado a rede Nacional de rodovias pela Pr 90, 445, 537 e 323.
Dados do IBGE - Censo 2010
Em 25 de dezembro de 1942, dia em que o Sr. Irineu Pinheiro e seus amigos faziam o Primeiro Natal das crianças pobres de Santa Margarida.
O primeiro consultório médico de Bela Vista era do Dr. Galdóz Ângulo, no período de 1940 a 1942.
A primeira serraria de Santa Margarida foi de propriedade do Sr. Antonio Luppi em 1940.
A igreja de Santa Margarida foi construída em madeira pelo Sr. Antonio Luppi, com a colaboração dos amigos no ano de 1942.
No ano de 1943 instalou a primeira farmácia em Santa Margarida.
O cinema de Santa Margarida foi construído em madeira pelo Sr. Antonio Luppi no ano de 1950.
O primeiro Cartório Civil instalado em Santa Margarida foi do Sr. José Dorthe em 1954. A primeira escritura feita neste cartório foi em 20 de julho de 1954, sendo o vendedor o Sr. Vitório Zanoni e comprador o Sr. José Senedesi.
O primeiro açougue a funcionar no patrimônio de Santa Margarida era de propriedade do Sr. João Siqueira.
A primeira farmácia instalada na Avenida Independência era de propriedade do Sr. Zico.
A primeira professora de Bela Vista foi a senhora Elsa Werner.
O primeiro médico a morar em Santa Margarida vindo de Jaú, Estado de São Paulo, foi o Dr. Julio Petraróli em 1947.
Arquivos para Download abaixo |
Lei Estadual 02-1947-criação B.V.Paraíso-publicada Ed. 205 DOE-PR de 01-11-1947 (corrigenda).pdf | |
Lei Estadual 02-1947-criação B.V.Paraíso-publicada Ed. 189 DOE-PR de 13-10-1947.pdf |